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Crise hídrica no Brasil: Falta de chuvas ou de gerenciamento?

A crise hídrica no Brasil vem sendo cada vez mais debatida pelos pesquisadores e profissionais da área. Afinal, chega a ser paradoxal falar em crise quando o Brasil detém de 12% a 16% de toda a água doce do mundo – 19 vezes o mínimo por habitante estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Por isso, surge o questionamento de se a crise é oriunda da falta de chuvas na região ou se seria o resultado da falta de gestão hídrica e má utilização dos recursos naturais, o que afeta diretamente o meio ambiente.

É sobre isto que vamos falar no texto de hoje, baseado em um artigo desenvolvido pelo professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), Luís Antônio Bittar Venturi.

Crise hídrica no Brasil

Como um País com grandes aquíferos, para o professor é difícil conceber uma crise hídrica no Brasil. Ele cita Hirata, que ressalta que a água subterrânea é o recurso mais extraído do subsolo brasileiro, com um volume suficiente para abastecer a população ano após ano, visto que contamos com mais de 2,5 milhões de poços tubulares.

Ele reitera que isso prova que não existe crise, mas sim um gerenciamento hídrico negligente e ineficiente, que usa de maneira indiscriminada os recursos hídricos e não investe no reuso. Afinal, como explicar que a Região Amazônica tenha o menor índice de acesso à água potável?

Crise de gerenciamento hídrico

De acordo com Luís Antônio, 2021 tem chovido acima da média, diferentemente do que tem sido dito. Além de que a tendência é que o volume de chuvas aumente. A grande questão é que têm se desmatado em busca da produtividade, sem pensar nas consequências ambientais que isso pode acarretar.

Assim, os rios perdem capacidade de vazão, os colos ficam mais secos, assim como o clima. Tudo isso favorece queimadas e tsunamis de poeiras, entre outros problemas. O desmatamento também altera o clima regional, já que diminui a carga de umidade na baixa altitude.

A região sudeste é a segunda mais úmida do mundo mas, ainda assim, sofre com o risco de racionamento de água. Isso pode ser explicado com a subutilização da represa Billings, que poderia abastecer milhões de pessoas, já que contém uma capacidade de armazenamento de 1,2 bilhão de litros. Mas, contraditoriamente, abastece apenas 1,5 milhão de pessoas. Mas muito da sua água está poluída.

Poluição da água

Embora tenhamos muita água, ela está suja. E continuamos poluindo num ritmo que não conseguimos reverter a demanda. Dessa forma, a procura por água limpa vai indo cada vez mais longe, em vez de tratar e cuidar bem das reservas que temos. Um exemplo emblemático é o Rio Tietê.

Com uma riqueza de recursos hídricos, mais de 11 milhões de habitantes não têm acesso a água limpa para beber e mais 40 milhões não recebem água de forma regular. Além disso, a situação mais grave é que apenas 43% do esgoto produzido é coletado e tratado.

Soluções para a crise hídrica

Mais do que o desejo por chuva, a crise hídrica será resolvida com planejamento e gestão eficiente dos recursos, além de investimento nas obras como:

– Transposição do Rio São Francisco;
– Programa Um Milhão de Cisternas
– Tratamento de esgotos que interrompa a poluição dos recursos hídricos;
– Aumento da capacidade técnica de tratamento e distribuição de água e aumento da interligação entre os sistemas,
– Preservação das matas ciliares;
– Campanhas para o uso racional quantitativo e qualitativo. 

A Wasser tem como propósito contribuir para um mundo mais sustentável, com valorização e otimização do recursos naturais e água de qualidade para todos. Você também pode fazer parte desse movimento.

Se você tem uma empresa que quer gerir seus recursos hídricos de maneira eficiente e sustentável, entre em contato conosco!

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Águas subterrâneas: o que são e qual a sua importância

Você sabe o que são as águas subterrâneas? Ela tem um papel essencial no meio ambiente. São os recursos hídricos encontrados na superfície da terra, que constitui os aquíferos, onde está 97% das águas líquidas e doces do planeta.

Neste artigo, vamos apresentar um diagnóstico do recurso, destacando a sua relevância e relação com o saneamento básico, além de analisar o atual contexto da crise hídrica no País.

O QUE SÃO AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS?

São graças a elas que diversos sistemas aquáticos, como os rios, lagos e mangues se sustentam. Assim, também fazem a manutenção das florestas em regiões de clima tropical ou seco.

Além disso, impedem o ingresso na água salgada proveniente do mar no continente, evitando a salinização dos aquíferos costeiros.

Em resumo: sem a água subterrânea o nosso planeta seria mais seco e menos biodiverso.

Por estar no subterrâneo, o controle, diagnóstico e políticas públicas de preservação são dificultados. Dessa forma, o  recurso fica vulnerável ao mau uso e contaminação por desconhecimento da sua importância social.

USO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO BRASIL

Grande parta das águas subterrâneas do brasil são extraídas por meio de poços artesianos ou semiartesianos, que são utilizadas na indústria, comércio, condomínios e outros. 

A estimativa é que existem 2,5 milhões desses poços pelo País, responsáveis por uma extração de 17.580 milhões de m³ de água ao ano. O volume suficiente para abastecer a população brasileira durante um ano.

O abastecimento doméstico (30%), agropecuário (24%), abastecimento público urbano (18%) e abastecimento múltiplo (14%) e industrial (10%) são os principais setores abastecidos pelas águas subterrâneas.

LEGISLAÇÃO

Existem a Lei das Águas, no artigo 12, que determina os casos sujeitos à outorga e direitos de uso de recursos hídricos, inclusive da extração de água subterrânea para consumo final.

Como as águas subterrâneas são de domínios estaduais, cabe aos órgãos e entidades gestoras de recursos hídricos dos estados autorizar a perfuração de poços e uso dos aquíferos.

Ficando, assim, condicionada às diversas outras formalidades legais como o registro de poço, licença de perfuração e verificação da qualidade da água.

Além disso, o esgoto gerado a partir da água retirada de poços deve ser pago como tarifa ao ser lançado na rede coletora oficial.

O IMPACTO DA FALTA DE SANEAMENTO 

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), são mais de 100 milhões de brasileiros sem acesso à rede de esgoto. Do volume coletado, apenas 44,9% desse esgoto é tratado.

A ausência de redes de coleta e tratamento de esgotos faz com que haja o ininterrupto lançamento de esgotos em fossas sépticas, fossas negras e sumidouros, a céu aberto e em cursos de água superficial.

Isso mostra a relação entre a quantidade de fossas e a contaminação por nitrato e microrganismos patogênicos cloreto.

Em favelas e assentamentos irregulares, a incidência de doenças é mais preocupante, pois a água retirada pelos poços escavados pode estar contaminada pelas próprias fossas instaladas ao seu redor.

CRISE HÍDRICA

O Brasil, tem passado por períodos climáticos opostos: chuvas fortes e intensas durante o período úmido e chuvas reduzidas e irregulares no período seco: 48,6% dos municípios brasileiros passaram por crise hídrica, entre 2013 e 2017.

Desses, 56% utilizavam águas superficiais para abastecimento enquanto apenas 31% faziam uso das águas subterrâneas.

Isso demonstra a maior resiliência do uso das águas subterrâneas, pois a água armazenada nos aquíferos podem sustentar longas e contínuas extrações mesmo na ausência das chuvas.

RECOMENDAÇÕES

A ampliação da comunicação à sociedade e governo sobre o papel ambiental e econômico das águas subterrâneas e o fortalecimento da gestão e fiscalização dos recursos hídricos são essenciais para o desenvolvimento hídrico do País.

Também é preciso ampliar a cobertura da coleta e tratamento de esgotos bem como criar ações inclusivas aos prestadores de serviços de saneamento para gestão das águas subterrâneas.

Por fim, é necessário promover mudanças nas políticas públicas abrangentes às águas subterrâneas, criando programas de proteção, estudos técnicos e identificando áreas críticas a fim de evitar a contaminação e super exploração dessas águas.

A Wasser é uma empresa EcoFriendly, que oferece serviços que visam garantir a qualidade de água e a otimização do uso do recurso, seja com equipamentos tecnológicos ou orientações técnicas da nossa equipe de consultoria.

Se você quer melhorar a gestão hídrica da sua empresa, entre em contato conosco e solicite o seu orçamento!

Este texto é baseado no artigo “A Revolução das águas subterrâneas no Brasil: Importância do recurso e os riscos pela falta de saneamento básico”, de 2019.

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